Não faz 20 dias, publiquei um post sobre a minha Seleção Brasileira para os Jogos Olímpicos de Pequin, que serão disputados no próximo ano. Escalei 22 jogadores com condições de disputar o torneio de futebol da maior competição esportiva do mundo. A base da equipe, lógico, jogava no Brasil, até porque todos os meus escolhidos têm idade inferior a 23 anos.
Ao todo, 15 jogadores atuavam no futebol brasileiro àquela altura. Eram eles os goleiros Diego (Atlético Mineiro) e Renan (Internacional), os zagueiros David (Palmeiras), Breno (São Paulo) e Lima (Atlético Mineiro), os laterais Ilsinho (São Paulo) e Valmir (Palmeiras), o volante Arouca (Fluminense), os meias Diego Souza (Grêmio), William (Corinthians), Renato Augusto (Flamengo) e Carlos Eduardo (Grêmio) e os atacantes Alexandre Pato (Internacional), Welliton (Goiás) e Guilherme (Cruzeiro).
Os únicos "forasteiros" do time eram o zagueiro David Luiz (Benfica-POR), os laterais Rafinha (Schalke 04-ALE) e Marcelo (Real Madrid-ESP), os volantes Denílson (Arsenal-ING) e Lucas (Liverpool-ING), o meia Diego (Werder Bremen-ALE) e o atacante Anderson (Manchester United-ING).
Menos de três semanas depois, porém, o panorama se inverteu. Se, do dia 18 de julho, 15 dos meus "convocados" atuavam em gramados tupiniquis, hoje esse número caiu para 10, graças aos milhões de euros vindos do futebol internacional.
O goleirão Diego, pretendido por Bétis e Lazio, acabou acertando com o recém-promovido Almería, da Espanha, que esse ano disputará a primeira divisão espanhola. Para contar com o jogador, a equipe pagou 2,5 milhões de euros ao Galo mineiro.
Em seguida, foi a vez do atacante Welliton se despedir. Depois de pouco mais de um ano e meio jogando como profissional do Goiás, o atacante foi seduzido pela proposta de 8,0 milhões de euros do Spartak Moscou, líder do Campeonato Russo.
Depois, foi Ilsinho quem rumou com destino ao cada vez mais rico Leste Europeu. Em uma das transferências mais caras do ano, o Shakhtar Donetsk contratou o lateral do São Paulo por incríveis 10 milhões de euros.
Na semana passada, o atacante colorado Alexandre Pato também se despediu dos gramados brasileiros. Aos 17 anos, e com menos de um ano atuando pelo time profissional do Internacional, a maior revelação do futebol nacional no último ano foi vendido por 20 milhões de euros para o poderoso Milan.
A última despedida aconteceu hoje. Destaque do sistema defensivo do Atlético Mineiro desde a disputa da Série B do ano passado, o zagueiro Lima acertou sua transferência para o espanhol Bétis. A contratação custou 3,0 milhões de euros aos cofres do time andaluz.
Essa debandada de jovens talentos deixa o torcedor brasileiro ainda mais preocupado com a precoce saída de seus projetos de craque. Antes, apenas a seleção principal do Brasil era formada, em sua maioria, por jogadores que atuam no futebol europeu. Mas do jeito que as coisas vão andando, teremos que nos acostumar e ver também uma seleção olímpica repleta de "estrangeiros".
E olha que a situação pode piorar nos próximos dias. Os meias William e Carlos Eduardo estão sob mira cerrada de grandes times do Velho Continente. O corintiano desperta o interesse do Lyon, hexacampeão francês, e do Shakhtar Donetsk, o time ucraniano que mais investiu na temporada. Já o tricolor gaúcho estaria entre os possíveis reforços de Carlo Ancelotti para reforçar e rejuvenescer o elenco do Milan.
E lá se vão mais alguns dos nossos talentos...
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